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É com profundo pesar que a comunidade gamer recebeu a notícia do falecimento de Julian LeFay, aos 59 anos, após uma corajosa batalha contra o câncer.
Conhecido como o "Pai de The Elder Scrolls", LeFay foi um dos pilares fundamentais na criação de uma das franquias de RPG mais icônicas e influentes da história dos videogames. Sua visão inovadora e paixão por mundos abertos moldaram não apenas a Bethesda, mas todo o gênero de RPGs, deixando um legado que ecoará por gerações.
Nascido na Dinamarca em 1965, Julian LeFay, também conhecido como Julian Jensen, começou sua carreira na década de 1980, trabalhando em jogos para Amiga e NES, como Wayne Gretzky Hockey (como designer) e Sword of Sodan (como compositor).
Em 1987, ele ingressou na Bethesda Softworks, onde sua genialidade técnica e criativa encontrou terreno fértil. Como programador-chefe, LeFay liderou o desenvolvimento de The Elder Scrolls: Arena (1994) e The Elder Scrolls II: Daggerfall (1996), jogos que revolucionaram o conceito de RPGs de mundo aberto.
Sua habilidade em combinar programação sofisticada com improvisação criativa resultou em mecânicas inovadoras, como o sistema de vampirismo em Daggerfall, inspirado por conversas casuais sobre mitologia.
Esses títulos, apesar de seus bugs e interfaces desafiadoras, estabeleceram um novo padrão para liberdade e imersão nos jogos. LeFay também contribuiu para The Elder Scrolls Adventures: Redguard, Battlespire e, de forma contratada, Morrowind, antes de deixar a Bethesda em 1998 devido a divergências criativas.
Sua influência, no entanto, permaneceu tão profunda que a divindade Julianos, deus da sabedoria e lógica no universo de The Elder Scrolls, foi nomeada em sua homenagem, um testemunho eterno de seu impacto.
Após anos afastado dos holofotes, LeFay retornou em 2019 como cofundador da OnceLost Games, ao lado de outros veteranos da Bethesda, como Ted Peterson. Juntos, eles iniciaram The Wayward Realms, um ambicioso RPG que prometia resgatar a essência de Daggerfall com mundos vastos e sistemas complexos.
Mesmo enfrentando o câncer, LeFay continuou a guiar o projeto com paixão, documentando meticulosamente sua visão para garantir que sua equipe pudesse realizá-la.
O impacto de LeFay transcende os jogos que criou. Ele foi um mentor que inspirou colegas a pensar grande, desafiando os limites do que os RPGs poderiam alcançar.
"É pessoal. E se não for pessoal, então você está apenas fazendo um trabalho por encomenda e nunca terá motivação para alcançar um objetivo significativo."
"É pessoal. E se não for pessoal, então você está apenas fazendo um trabalho por encomenda e nunca terá motivação para alcançar um objetivo significativo."
LeFay em sua última reunião com a equipe
Sua partida deixa um vazio, mas sua luz brilha em cada reino, cada missão e cada momento de encantamento que vivemos em The Elder Scrolls e além. Descanse em paz, Julian.
