Meu dicionário gaúcho na visão de alguém de fora. Coloquem aí as gírias de seu estado/cidade O assunto rende, afinal de contas, debater regionalismos sonorizados com sotaques é sempre um tema delicioso quando duas ou mais culturas interagem. Ainda mais num país continental e com tanta miscigenação como o nosso. Além dos comparativos, muitas vezes, a definição da expressão funcionará como pano de fundo de muitas histórias relevantes e irrelevantes também. Portanto, não se importem se fugir do verbete em questão. Faz parte do show. É gaúcho, mas bem poderia ser sulista, já que, devido ao seu poderio na região, influencia os vizinhos da região, Santa Catarina e, em menor intensidade, Paraná. Outra importante consideração, para facilitar a leitura criei uma legenda, os verbetes estão divididos em T – tradicionalismos, que muitas vezes não carecem de tradução, sim explicação; D – substantivos e verbos diferentes; e G – gírias e expressões. Além de que o significado fora das fronteiras gaudérias virá sempre itálico. O guia servirá para evitar fiascos. Toca ficha, como manda o bom o Gaudério. LEGENDA T – tradicionalismos D – substantivos e verbos diferentes G – gírias e expressões A Acoar – D. O mesmo que latir. O cachorro acoa aq. Afudê – G. Serve para dar intensidade a algo bom ou ruim. Como exemplo: “Bah, o bagulho é tri afudê” Sinônimo de foda. Conta com versão no diminutivo, afu. Alcançar – D. Exemplo, “me alcança a calculadora?” Equivalente a “me passa isso”, “me dá” ou “empresta”. Adotei a expressão na empresa. Esse é um dos termos em que vale o provérbio “em Roma faça como os romanos”. Alaminuta – D. Popularíssimo PF, ou prato feito. Apavorada – D. Empregada de uma forma até irônica. “Tal pessoa ficou ‘apavorada’”, num sentido de “chocada”. Similarmente em São Paulo traduziria como “passada”. A listei depois de cansar de ouvir minha esposa dizer. Arriar – G. A tradução literal é o verbo paulistano zoar, exemplo: “Tu ta se arriando nos gremistas”, ou tirando sarro do outro. Logo o adjetivo para o zueiro é arriado. Eu conheço de outra forma, tipo “tal fulano está com as calças arriadas”, calças caídas. Arroio – D. Córrego. Atílio – D/G. Resolveram dar um nome próprio ao elástico para prender dinheiro em banco. Atucanado – G. Adjetivo amplamente pronunciado para designar que o cidadão está encanado com alguma situação, preocupado com algo ou mesmo ocupado. Dê um desconto para esse individuo. B Bah – T. Interjeição para tudo e não há tradução. Mas bah! Um amigo japa em visita ao Rio Grande disse que um gaúcho falou 10 bahs de 15 palavras. Desconte o exagero, mas é extremamente massificado seu uso. É hilário quando a patroa, começa contar algum babado com um “bah, gurias…”. As gírias da gurizada criam variações como “bã”. Baia – G. Os paulistanos convidam os manos assim, “quando vai colar na goma?” Já os daqui, baia. Barbada – G. Mesmo significado. Destaca-se pela grande quantidade de vezes em que é usado. “Vou te dar a barbada” ou “esse preço está de barbada”. Raro passar um dia sem ouvir essa. Barbaridade – T. O bah completo, interjeição cinco estrelas em tradição. “Mas que barbaridade!” Bauru – D. Na Praça da Sé, é um misto quente (pão francês, queijo e presunto) com tomate, prensado na chapa. Já em Porto, é totalmente outro: cacetinho cervejinha (explicação na letra “c”), bife. Ou seja, o americano paulista. Bento Gonçalves – T. Grande líder da Revolução Farroupilha (1788-1847) que por um triz não fez da província do Rio Grande do Sul um país. Ver Casa das Sete Mulheres. Eu vi no youtube (http://www.youtube.com/watch?v=yurEgp6GtCY), capítulo (de dez minutos) por capítulo, para entender esse povo da qual já faço parte. Hoje é nome de cidade (cidade do vinho) e se não houver rua BG em alguma cidade, definitivamente essa cidade não é no Rio Grande. Bergamota – D. Nossa mexerica. Em outros lugares, como no Rio, tangerina. Fruta engraçada e de cheiro meio desagradável e que impregna no ar. A “berga” tem sonoridade estranha, talvez pela rima com marmota, algo gordo e desajeitado. Bobice – D. Igual a bobeira. Outra derivação é o verbo bobear. “Vê se não te bobeia, guri!” Bombacha – T. Calça larga dos gaúchos com detalhes (favos) nos lados. Traje tradicional do gaúcho. Não é tão frequente na capital, sendo mais usada no interior do estado. Botar fora – D. Troque o botar por jogar. Bração – G. Ai sim a diferença é 100%. Enquanto na Terra da Garoa o condutor bração é lamentável de volante, o daqui tem uma perfomance digna de piloto de fórmula 1. Brigadiano – T/D. Os homens da lei do RS, polícia, que integram a brigada militar do estado. Brim – D. Calça jeans. Bruxo – G. “fala, meu bruxo” é idêntico a “fala, meu velho”. C Cacetinho – D. Nome duvidoso do pão francês. Por isso ao ir na padaria Pisagri de Novo Hamburgo, peço por pãezinhos e indico incisivamente para não pairar dúvidas. Cacetinho cervejinha – G. Com farelos por cima. Cadeira – D. Não, não é para sentar, seu (sua) folgado (a)! É sim para estudar, a definição corrente destas plagas remete à determinada disciplina que se estuda na universidade/faculdade. Café colonial – T. Café é um eufemismo. No cardápio, tábua de frios, salgados, doces, e para beber, além de café com leite e chocolate quente, suco de uva e vinhos. A refeição ganha status de almoço ao servirem frango a passarinho – uma verdadeira orgia gastronômica! Cano – G. Define-se um esquadrão de futebol, um timaço. Como foi o Santos de Pelé, Flamengo de Zico, Corinthians da democracia corintiana, Inter de Falcão etc. Cantar – T. É lugar comum no Brasil inteiro, o povo do sul canta ao se expressar como nenhum outro. Carrinho de lomba – D. Carrinho de rolemã. Capaz – D/T. Interjeição de aprovação ou desaprovação muito utilizada – a gauchada não fica três minutos sem falar, capaz que não?! Portanto, se não tem o que falar, solte um “capaz”. O sinônimo do resto do país é magina ou até parece. Chapéu – G. Na expressão de tal coisa serviu a carapuça, no RS fala-se “serviu o chapéu”. Charque – D. O aumento por parte do Império dos impostos da carne secadetonou a sangrenta guerra de quase dez anos entre farrapos e imperiais. Chavear – D. Rolou um neologismo neste verbete, ao invés de fechar a portacom chave – óbvio –, chaveia-se. Chimarrão – T. O chimarrão está para gaúcho assim como Romeu para Julieta. Par inseparável que faz parte da foto do Rio Grande, seja em casa ou no trabalho, de noite e de dia, acreditem, até no sol a pino com praia. Pretexto para encontros, enquanto que fora do RS se serve um cafezinho. Composto da cuia – digo, o recipiente –, a bomba metálica – o ferrinho para puxar o liquido quente –, e claro, o mate. O celebre escritor gaúcho, Luíz Fernando Veríssimo dimensiona bem a importância do chimas, fazendo analogia com outro ícone dos pampas: “Tirar chimarrão de gaúcho é o mesmo que xingar a mãe e Bento Gonçalves juntos.” Chimia – D/T. Geléia. E aí tem o dedo dos alemães, que influenciaram esse estado demais. China – G/T. É um apelido que pode ser um tanto pejorativo que vem das épocas da Guerra dos Farrapos, quando mulheres acompanhavam os soldados e, nesses tempos difíceis de revolução, os ajudavam a descarregar a tensão. Há quem use de uma forma mais carinhosa. Encontrei na Internet o seguinte depoimento: “É um tremendo erro pensar que china era prostituta, pois é só uma forma de denominar a mulher. Dizer que as chinas acompanhavam os farrapos é o mesmo que dizer que mulheres seguiam a tropa. China Véia ou Chinoca só quer dizer mulher idosa e são só expressões.” Churrasco – T. Diferente do churrasco nacional, onde se celebra um evento, pode ser um aniversário, uma despedida, uma reunião qualquer de trabalho, família ou amigos.” Coisarada – G. Seria um etc ou um monte de coisas. Com essa terminação cai também uma chuvarada, um dilúvio dos céus. Coisa seria – G/T. Reação de indignação ou surpresa, exemplo, “mas que coisa seria esse guri!”, bem corriqueira no vocabulário gaúcho. Colono – T. Vivem em colônias, no meio da serra ou no interiorzão perto da fronteira com Argentina e Uruguai. Como são do campo têm costumes simples. Muitos usam como um adjetivo de uma forma pejorativa, subentendendo que todo colono é rude, xucro, sem etiqueta alguma. O paulista zuaria chamando-no, com uma imensa carga de preconceito, de baianão. Na Cidade Maravilhosa, paraíba. Confirmado (a) – G. Entendam por contexto dessas duas historinhas no espaço de uma semana. 1) O frentista do posto da esquina de casa me receitou como relaxar depois de um dia cansativo de trabalho. “Chega em casa, prepara um mate, mas daqueles ‘bem confirmados’ e coloca uma perna sobre a outra na outra cadeira. Não tem coisa melhor, tchê.” 2) Estava prestes a saltar do busão, quando vi um veículo subindo a rampa do Bahamas de NH. O motorista notou também e comentou: “O cara foi fazer uma visita às ‘confirmadas’…” Contra-cheque – D. Suado comprovante de salário, holerith, de todo mês. Sem esquecer que contra-cheque na Paulicéia é o canhoto onde anotamos detalhes das obsoletas folhas de um talão de cheque. Cordão – D. O meio fio da calçada, como atesta esse texto publicado no jornal gaúcho Zero Hora: “A calçada é estreita, e os carros ocupam quase toda a largura da mesma, sobrando apenas ao redor de 30 centímetros entre a traseira dos carros e o ‘cordão’ da calçada, um espaço insuficiente para passar.” CTG – T. Centro de Tradição Gaúcha. Todos esses termos, com tradição no mesmo lugar. E põe lugar nisso, em todo o território e além, até nos Estados Unidos. Mais de 1400 catalogados! Para formar um CTG bastam quatro famílias que estejam dispostos a manter vivas as tradições gaúchas de churrasco, chimarrão, música, trajes típicos etc. Vê se tem similares paulistas, mineiros, cariocas ou baianos? Outra informação para entender bem do que se trata o “gauchismo”, um forte sentimento de nacionalismo é a bandeira do estado. Em nenhum outro estado do território brasileiro se expõe tanto a bandeira com a verde, vermelha e amarela. Presente em empresas, jogos de futebol etc. Cuca – D/T. Antes de vir para cá só conhecia a do Sítio do Pica-pau Amarelo. Além, claro, de nossa cabeça pensante, de onde se cunha a expressão “cuca fresca”. No meio do futebol é o ex-jogador do Grêmio, entre outros times, e técnico de futebol. Nada disso, é um pão doce, presença freqüente nos cafés-da-manhã dos pampas. Cueca virada – G. Uma rosca doce. Misto de sonho e bolinho de chuva com esse nome jocoso. Outro dia, meu sogro comentou, “essa cuequinha virada é bem boa!”, Putz, me rachei de rir. Cuidar – D. Notabiliza-se pela economia de uma palavra. Enquanto empregamos verbo + substantivo, tomar cuidado com algo. No Sul somente o verbo resolve, exemplo: “cuida para não fazer isso”. Cusco – T. Cachorro. D Dar nos dedos – G. Quando tu dá nos dedos de alguém sabe-se que agiu ou deu uma resposta muito boa a alguém que ficou sem resposta. Quebrou as pernasdo outro. De – T. É famoso em todo país o “leitê quentê dá dor de dente” dos paranaenses, com o “e” pronunciado da maneira como deve ser, não distorcido – com som de “i” – como boa parte dos brasileiros praticam. DI manhã, carne digado etc. Curioso é que a forma correta de se pronunciar soa bastante estranha aos ouvidos de quem se viciou a falar e ouvir equivocadamente. Me sentiria um E.T. se falasse na loja que tal voo é DE manhã, risos. De cara – G. Pode ser muito puto com deteminado assunto ou pessoa, ou ainda estupefato. Deus-zulivre – G. É só a situação apertar que ouve-se a prece… De muda – G. Noto preguiça aqui. De mudança! Se digo isso em outro legal vão pensar que vou plantar alguma coisa. De vereda – D. Imediatamente, de momento, de uma vez. Deu pra ti – T. Essa é trilha sonora da cidade de Porto Alegre, quiçá do estado. O verbo dar – ao contrário do que, maliciosamente, você (ou tu) pensa – é finalizou-se. Exemplo: na loja alguém vai passar um cartão de crédito na máquina do outro. Terminou, avisa com um “deu”. No clássico da dupla gaúcha Cleyton & Cledyr, o trecho “deu pra ti, baixo astral” sentencia que chega de baixo astral. Dai completam o refrão com “vou pra Porto Alegre, bah, tri-legal…” Música mais gaúcha, impossível. Pode escutar… E Em cima do laço – G. No último instantefez algo, lá pelos 44 do segundo tempo. Outra expressão envolvendo laço, melhor dizendo, “falta de laço”, é quando certo guri ou guria – minha cunhadinha de dez anos, por exemplo – aprontam demais e só conversa não resolve. Surra, peia, laço. Encarangado – G. De frio!, brubrubru. Eu que o diga no primeiro inverno sul-riograndense. Aqui pinguim anda encarangado, com luvas, cachecol e solta fumacinhas pelo bico. Estar de – D. Dia 16 de junho último eu “estava de aniversário”, não fazia aniversário como celebram meus conterrâneos. Embuchar – G. Pode ter a conotação de alguma guria ficar grávida, até aí igualzinho no restante do país, mas, especificamente por aqui há outra versão, essa à mesa, quando fulano ou siclano resolve falar groselhas e abobrinhas, e beltrano manda um “se embucha aí com seu feijão e cala a boca…” Empenhado – G. Ficar na mão. Exatamente como eu e os irmãos Thiago e Gabriel ficamos no dia dois de julho-09, após o Timão ter conquistado o tri-campeonato da Copa do Brasil sobre o badalado Internacional, em pleno Beira-Rio lotado, o carro “sogro-movel” morreu na freeway (via de acesso ao aeroporto de Poa e que também liga o estado a Santa Catarina) às três da matina. Foram quase duas horas de frio, desespero e impotência até o guincho nos levar até a BR 116. Daí foi outro problema… Estrovar – G. Mineiro também usa, vem de “estorvar” que significa algum empecilho, dificuldades. Porém, no popular de MG e RS o verbo se tornou estrovar. F Faceiro – T/G. Quem está faceiro está de bem com a vida, alegre. Um dos adjetivos prediletos desse povo. Fazer uma mão – G. Nada mais que é que fazer um favor. Faixa – D. A avenida principal. Faixa nobre – D. É o primo gaúcho da zona azul paulistana. Fandango – T. Nos meus tempos de Sampa conhecia por salgadinho da Elma Chips. Em Poa aprendi que é um estilo de música local que compõe a rica tradição gaúcha. Quem nunca escutou o clássico do Gaúcho da Fronteira, “churrasco e bom chimarrão, fandango, trago e mulher. É disso que o velho gosta, é isso que o velho quer”? Fatiota – G. Terno. Feijão – T. A tradição é que no RS se come o feijão preto. Entre nós, sou mais o branquinho. Gostos… Feito – G. Outra palavrinha que se destaca pelo exaustivo uso. Tem várias denominações, vai de um pronto, combinado até um uma interjeição de alegria e júbilo, um valeu. Um exemplo numa locução de jogo encontrada na Internet: “Na hora do jogo da seleção, o zagueiro faz um gol de cabeça ou o artilheiro faz um gol estilo peidinho de veia (chute fraquinho)… tanto faz… saiu o gol. A torcida emana um ‘feitooooo!!!’” Fervo – D. Grande concentração de gente, seja saindo das fábricas, seja em transporte público. Agito e muvuca do povão. Fiasco – G. Muito usual. E quem apronta muitas mancadas ou gafes recebe o troféu de fiasquento. Finar – G. Se finar de rir é morrer de rir. Aliás, o verbo rir é conjugado de outra forma por estas bandas, tipo “que que é que tu tá se rindo todo?” Folgar – G. O verbo por aqui é usado com a mesma conotação de zuar. Um exemplo bem real: às três da manhã tocou o celular do colorado Marlon. O Corinthians havia acabado de ganhar o título sobre seu time. Batata, ele imaginou: “A essa hora o Zé quer me folgar…” Na verdade, como exposto verbetes acima, estava empenhado. Fora da casinha – G. Lelé da cuca, pinéo, doido de pedra etc. Nada parecido com o que vos escreve. Fragar – G. Se dar conta de algo. Consta em um site que pesquisei que é derivado de “flagra”. De fragar deriva-se o “sifragol”, um dispositivo que só os dotados de bom-senso possuem, assim como os paulistas conhecem o simancol. Funda – D. Estilingue. Furão – G. Tanto pode ser o sentido que se usa em esse-pê: já combinado, o cidadão não vai e fura. Como também ir a um evento sem ter o prévio convite. O que no centro do país se dá o nome de bicão, ainda que o sentido no RS seja o mesmo também – muitos até têm carteirinha de bico –. G Gá-bi – D. Derivado de Gabriela. Coisa óbvia. Nada óbvio é a forma de acentuar Gá-bi, isso, com acento na primeira sílaba. A Gábi gaúcha é diferente da paulista, Ga-bí, essa oxítona. Diferenças… Gago de fome – G. Qué-qué-qué-qué di-di-di zerrrr que-que-que o ca-ca-ca-ra tá-tá-tá caindo de tanta, mas muita fome. Nunca reparei se já gaguejei ao ficar neste estado, logo não sei o porquê da expressão. Gaita – D. O “Rei do Baião” Luiz Gonzaga tocaria gaita se fosse gaúcho. Como é pernambucano tocou – muito bem, diga-se de passagem – sanfona até morrer. No resto do país gaita é um instrumento que se toca com a boca. E como se chama gaita no Sul? Esta é a gaita de boca, ora bolas. Gaudério – T. Ao pé da letra é “pessoa que não tem ocupação séria e vive à custa dos outros, andando de casa em casa”, mas tem um significado mais amplo no RS, aliás, virou sinônimo desse povo. Gaúcho gay – Sem letra! Se botar o T de tradição creio que não sobreviva mais nesse estado. Vou ser degolado vivo! Para comentar a fama gaúcha Brasil afora, novamente vou me apropriar de uma passagem de um texto do gauchíssimo Luis Fernando Veríssimo, com um dos seus personagens prediletos – O Analista de Bagé: “Não existe gaúcho homossexual, mas quem não nasceu em Bagé tá se arriscando…” E tem mais um causo saboroso, também na noite da vitória corintiana sobre os colorados: a paulistada tava curtindo a vitória… tanto que um deles fazia corinho de “gaúcho veado” para a já chateada massa vermelha. De tão insistente, irritou ao brigadiano que tomava conta da divisão das torcidas. O gaúcho foi sutil, com o cacetete deu um toque no cidadão e disse: “Nem todo gaúcho é veado.” Pronto, o paulistinha murchou. Nenhum pio. Achei bem-feito. Hahahaha. Galinha – D. O sabor da carne é o mesmo, só que num restaurante da Redenção vou pedir galinha e na zê-ele paulistana pedirei um frango. Ganhar – D. Na interpretação que tinha notícia, esse verbo tinha uma conotação positiva, ganhar na loteria, ganhar um jogo etc. No Sul não, ou será que ganhar um treco, multa, enfarte ou atestado médico é bacana? Em tempo, falamos ter um treco, um enfarte e levar multa. Goleira – D. As traves do futebol. Muitos, os mais antigos como meu sogro, falam “golo”, assim como em Portugal, para comemorar o momento máximo do futebol. Graxa – D. Gordura da carne. Gre-Nal – T. Qualquer dicionário gaúcho sem menção deste clássico já perde pontos. Sem dúvidas, figura entre os maiores do país. Basta andar por uma cidade gaudéria e ver o desfile de camisetas tricolores ou colorados. A coisa é binária: ou é vermelho ou azul. Essa polarização, a exemplo de Minas Gerais, faz o clima de rivalidade ser mais intenso. Esse clima atinge até negócios: décadas atrás a Chevrolet resolveu patrocinar um dos times, declinou quando a outra metade não mais comprou carros da marca. Como solução, patrocinar ambos. Meu Grenal inesquecível ainda não foi no estádio. Numa lancheria (letra l). Chocolate colorado, 4×1 no brasileiro de 2008, com show de D’Alessandro (que tem se especializado em grenais), Alex e Cia. Gringo – T. Popular na região de Caxias do Sul, cheia de imigrantes italianos. Um gringo famoso é o técnico pentacampeão Luiz Felipe Scollari. Guampa – T. São os chifres do boi, daí até ser gentil com um amigo chamando-no de guampudo, chifrudo, é dois palitos. Guria – D/T. Graças a minha amada guria estou no Sul e, portanto, esse texto existe. Dispensa definição. E eu sou o gurizinho dela, que meigo e I love her, minha mina, e eu sou o “mano” dela, tá ligado! H Hora do pique – D. Hora do rush, em que todos vão para o trabalho ou voltam. Que em outras partes é horário de pico. I Incomodar – G. Sem mudanças de definição, o que percebo é a freqüência e até neologismos – “sul-logismo”, como definiu a amiga Kelli. Ontem mesmo um passageiro chiou na loja. “Não quero ‘incomodação’ com esse bilhete.” No bom paulista, encheção de saco. Indiarada – G. Quem pensou um monte de índios errou. Na verdade é um programa de índio. Também se você fez algo aquém do solicitado fez uma indiarada. Puro preconceito essa expressão. Um paulista diria que fez uma baianada. Ir aos pés – D. Forma polida de dizer ir ao banheiro fazer o número 2. Muito usado nos médicos, afinal não fica bem para o doutor perguntar se você tem cagado ultimamente. J Jogar – D. Apostar. Jogo contigo que não sabia dessa, paulista… K Kerb – D. A quermece de descendentes de alemães. L Lancheria – D. Lanchonete. Lomba – D. Aclive ou declive dependendo do ponto de vista. Para facilitar, ladeira, subida. Loquear – G. Puro sul-logismo do substantivo louco… O sistema novo loqueia (e como!), as pessoas loqueiam e por aí vai… M Magrão – G. Trazendo para terras bandeirantes pode ser mano, o Rafa Boton da loja só chama os manos de magrão. Aliás, tinha um motorista que me chamava assim, desconfiei ser em virtude da minha forma “chassi de grilo”, não era… Manta – D. Distraído, outro dia me esqueci de colocar a gravata para ir para o trabalho. E é proibido. Um dos supervisores do aeroporto me abordou e pediu para eu colocar a “manta” por cima. Até onde eu sabia, manta é cobertor, como andar com um cobertor por cima para tapar a ausência da gravata? Depois de falar com uma colega ela me disse que é cachecol… ?! Marchar – G. No Rio Grande se te pedirem para marchar, não faça como um soldado, ponha a mão no bolso e pague! Na loja os passageiros se resignam e lamentam, “vou ter que marchar com quanto nesta passagem?” Massa – D. Não que o macarrão, prato preferido nas mesas paulistas de todo santo domingo, não seja massa, mas é que no Sul não se fala macarrão ou macarronada, somente massa. Mijada – G. Se levou xixi no trabalho é porque fez merda… xiiiiiiiiiiiiiiii, marquinhos! Comida de rabo na certa. Sinceramente, acho anti-higiênico dizer que levei mijada no RS, rs (risos). Mumu – D/G. Doce de leite com açúcar, serve de recheio para bolo, churros etc. N Nóia – T. Apelido da cidade e do time de Novo Hamburgo. Nada que ver com a gíria derivada de paranóia, para drogados. A alcunha Nóia vem da tradução do nome em alemão, aliás essa cidade que junto com São Leopoldo, Campo Bom e outras menores compõe o Vale do Sino, de fortíssima presença de imigrantes germânicos. Negrinho – D. Comi vários no meu aniversário. Opa, não é isso que pensam!? São ingênuos e doces brigadeiros. Nojo – G. Acaba sendo o oposto. Se digo que passei final de semana em algum local diferente, Florianópolis, por exemplo, a vizinha exclamará, “ai que nojo!” O Olhar – D. Usam esse verbo para assistirou ver tevê ou cinema, tipo “olhou o jogo, filme etc?” P Pampa – T. Terra, de preferência uma planície vasta para se criar gado. Um dos apelidos do estado, quem nunca ouviu chamarem o Grêmio por “Tricolor dos Pampas”? Pampa-sáfari – D. Simba-sáfari. Parada – D. Ponto de ônibus. Parcão – D. E paradão, postão. Tudo “ão” para parque, terminal de ônibus e posto de saúde. Pardal – D. O dedo-duro que em SP se convencionou chamar de radar para os apressadinhos de plantão. Caneta eletrônica e com foto. Depois é só pagar as multas, sem contar os pontos na carteira. Pátio – D. A diferença aqui começa na definição, em Sampa ao redor da casa temos um quintal não pátio, que, aliás, para mim é salão principal do primário e ginásio. Outra diferença, essa não de significado, notada pela Gabi, é que em São Paulo inexistem os pátios enormes, com gramados, como em Novo Hamburgo, por exemplo. Pelego – T. Outro dia fui ao barbeiro e ele perguntou se eu queria aparar o pêlego. Deduzi que se referia ao cabelo. E era. Pelego é o pêlo da ovelha, daí a expressão. Essa palavra, na gíria sindical, é de alguém muito do puxa-saco. Pelotas – T. Chequei com um pelotense certa vez sobre esta cidade do interior, também conhecida como “cidade dos doces”, de onde vem a fama de ter tantos gays, assim como em São Paulo é Campinas. Segue explicação: “Em mil oitocentos e guaraná com rolha os mais ricos mandavam seus filhos para a Europa e os guris vinham todo frescos de Paris e outras cidades, daí os baguals (gaúchos bem rústicos) não entediam o excesso de educação, vamos assim dizer. E isso pegou no estado inteiro.” Piá – G. Guri menor. Também peru. Pinica – D. Além do sentido que consta no Pai Aurélio, “irritar a pele (se diz de roupas ou de grama, por exemplo)”, significa aquele jogo de infância, bolinha de gude. Pila – G. Enquanto outras partes do país se refere à moeda Real, como 100 “paus”, “cruzeiros”, “mangos”, “contos”, nos pampas é só “pila”, moeda local caso fosse proclamado independente. A razão segundo “História de Rio Grande do Sul para jovens” de Roberto Fonseca, é que o político Raul Pila teve os direitos políticos cassados por Getúlio Vargas e sua trupe no inicio do século passado, como todo bom gaúcho, foi se exilar no Uruguai. Amigos de Pila arrecadaram bônus, denominados “pila”, para sustentá-lo. E pila ficou até hoje. Outro detalhe observado, assim como na Argentina, entre a moeda e os centavos fala-se “com”,explico: R$10,20, se diz “dez ‘com’ vinte”. Pilchado – T. Roupas tradicionais do gaúcho. Para o homem, bombacha, lenço, espora, guaiaca (espécie de cinto), facão e de cavalo. A mulher vai de prenda, justamente o verbete vizinho de baixo. Polígrafo – D. Apostila. Prenda – T. A mulher gaúcha. Exemplo: Gabi é minha prenda. Na semana farroupilha há a tradição das gurias se vestirem de prenda. Na minha terra prenda são os mantimentos que são doados para alguma instituição. Sobre a atual fase do Internacional – de ter enfiado 8 gols nos pobres caxienses em finais de campeonato gaúcho, Juventude e Caxias, em 2008 e 09 –, outra Gabi, essa da loja, desdenhou: “São prendas. Só gostam de Gauchão…” Puxar – D. Se usa para pegar alimentos da panela. Outro sentido é de ter que dar conta do serviço ou em determinada atividade, fazer mais que o normal. Vira e mexe estamos com a equipe enxuta no trabalho e temos que “se puxar”. Q Quebra-mola – D. Lombada. Querência – T. Lugar onde alguém nasceu, se criou ou se acostumou a viver, e ao qual procura voltar quando dele afastado. Exatamente o que sinto em relação à Paulicéia Desvairada. Querido – G. Significado óbvio, outro que está aqui pela insistência com que se usa esse adjetivo mo cotidiano, tipo “tal pessoa é bem querida”. Outro dia reparei na Silvana, supervisora da loja, elogiando um passageiro: “Como é querido o seu Renato [Marsiglia].” Esse mesmo, o ex-juiz e atual comentarista da Rede Globo, que faz questão de cumprimentar atendente por atendente na loja. R Rabicó – D. Presilha para prender cabelo, carinhosamente chamada de piranha em SP. Ralado – G. Ferrado, ou sendo boca suja e sincero, fodido. Rancho – D. Não pode faltar arroz, feijão, açúcar etc. Fácil de adivinhar que são as compras mensais. Se alguém falar que fez rancho na cidade mais poluída e industrializada brasileira, não vai fazer sentido, pois rancho é uma espécie de chácara, sítio. Ratear – G. Comer bola, marcar bobeira. Recém – D. Idêntica definição, porém, em Diadema (Grande SP) diria que ele acabou de chegar. Ao passo que em Novo Hamburgo, ele recém chegou. Remar – D/G. Não é esporte. Apesar de ser puro suor, ou seja, se “remou” para fazer determinada atividade, significa que ralou muito para concluí-la. Só espero que não tenha remado para compreender esse didático texto. Render – D/G. Tipo você está fazendo uma função e tem que abandona-la, daí você pede para alguém te render, ou seja, cobrir, substituir. ResBalar – D. Essa palavra está marcada porque despertou uma guerra civil no quarto dos Reis Costa, explico: divagava sobre o chá de macela, (a Gabi conhecia por “marcela”), uma outra palavra que não lembro e o pomo da discórdia, resvalar, resvalou na conversa. Já havia ouvido a cunhadinha Luana dizer “resbalar”, então disse à Gabi tranquilamente, meio joselito – sem noção – “por que vocês insistem em falar errado algumas palavras…” pronto, ela se armou e soltou petardos verbais, “ah, só vocês paulistas que falam certo!” Depois que a poeira baixou e expus que não quis ofender, só entender. A explicação é até óbvia, vem da influência platina do espanhol (todo “v” é pronunciado com som de “b”) de argentinos e uruguaios. Rolar – D/G. Diz de algo que ficou jogado pelos cantos pedindo para se perder. Minha esposa que o diga: “Zé, tal documento estava rolando por aí, daí guardei.” Rótula – D. No joelho? Também, com a ressalva que no RS é a rotatória das ruas, avenidas e estradas. S Sair campeão – D. Em Buenos Aires cantei em La Bombonera “Boca va salir campeón”. Sem nunca imaginar que em Poa também conjugam esse verbo. Outra forma encontrada é “ficar campeão”. Mais uma herança linguistica dos parentes de Cristovam Colombo. Contraste com outros estados do território nacional, onde vale o shakesperiano ser (ou não ser) campeão. Salsichão – D. Lingüiça. Sapata – D. Além de ser a forma popular de uma mulher que sente atração por outra, é aquela brincadeira de meninas, amarelinha, que pulam em quadrados riscados com giz no chão. No Sul se diz tanto amarelinha quanto sapata. Sapato – T. A diferença neste ponto se dá na tradição. Nos casamentos paulistas se troca dinheiro dos convidados por um pedaço da gravata do noivo. Em cerimônias gaudérias enche-se o sapato do noivo. Em 5 de setembro a minha gravata praticamente pagou minha lua de mel, aliás, vai uma crítica constatação: os gaúchos são mão de vaca na hora de contribuir, para aqueles que já deram o presente já é suficiente. Já em São Paulo, lá pelas tantas da embriaguez chove “onças” na bandeja. Sentar as patas – G. Ser grosso com alguém. Serra Gaúcha – T. Vale o clichè: vir até o Rio Grande e não visitar Gramado e Canela é o mesmo que esquecer de ver o Papa em Roma. O turista encontrará ecoturismo, chocolates, compras, restaurantes, com tudo que a gastronomia serrana tem de melhor, e adicionados de friozinho romântico e, sobretudo, glamour. Só não esqueça que depois terá que voltar para São Paulo e o valor do excesso de bagagem é R$ 5,60 por quilo excedido, e a franquia é de até 23 quilos despachadas e cinco de mão. E é rigorosa. Sinaleira – D. Assim como no Rio de Janeiro e muitos outros estados brasileiros, farol também é sinaleira. Essa é uma palavra que tenho obrigação de dizer. Muitas vezes, tarde da noite, peço para o motorista do ônibus parar mais adiante. Para isso, digo “pode parar antes naquela ‘sinaleira’?” Porque até explicar que farol é sinaleira o busão passaria do ponto… ops, da parada. T Tampar – D. Até onde eu sabia só se tampava panela ou algum recipiente onde coubesse uma tampa. Como diria Sócrates “tudo sei que nada sei”, pois na terra de Getúlio Vargas o verbo nada mais é que cobrir alguém com lençol. Eu vivo destampando minha esposa. Tchê – T. Símbolo forte do gauchismo, tchê. Assim como meu na maior metrópole brasileira. Te – D. O pronome oblíquo “te” é vastamente pronunciado em terras gaudérias. Exemplo: “Te acalmas!”, “Não te preocupas”, “te ganhei!”, “eu te menti” e até nos xingamentos da patroa: “Vai te cagar!”, Ai não, vai ser uma sujeira danada! Tema – D. A Luana (cunhada) enrola um monte para fazer o dela, digo lição de casa escolar. Ti – D. Substitui o “você”, por exemplo. “Vou preparar uma carne para TI comer.” Ou simplesmente “isso é para TI”. Tem um humorista que imitando o Tite, ex-técnico do Inter, encena: “Te digo que isso é para ti, para tu e para o tatu.” Tocar – D. Atirar algo em alguém. No futebol se algum time “tocou três”, quer dizer que meteu três gols no adversário. Tocar ficha – G. Siga adiante, faça o que tem que ser feito. Segue o bonde. Tocar flauta – G. Bem específico nas discussões entre torcedores de futebol, para tirar um sarro do perdedor. No momento minha flauta está apontada para os colorados, vice-campeão da Copa do Brasil-09. Torrada – D. Misto quente. Torrada paulista é quando pão envelhece, fica duro, daí vai pro forno ser torrado. Torta – D. O gosto da torta paulista é salgada. Já aqui, é a torta de aniversário, ou doce, nosso bolo. Trancar – D. A BR 116 está constantemente trancada, com um grande fluxo de veiculos indo da serra e regiões metropolitanas (Canoas, Esteio, Sapucaia do Sul, São Leopoldo, Novo Hamburgo etc) para Porto Alegre e vice-versa. Além da ideia de engarrafamento e trânsito, trancar substituiu travar o computador. Nas placas de sinalização se lê “por favor, não tranque o transito”. Tranqüilo e sereno – G. Expressão em que se cumprimenta um amigo, cujo próprio nome já diz tudo, está tudo bem. Trensurb – T. Trem, já que metrô só se for por debaixo da terra, de Poa e grande Poa. Em junho-09, duas semanas de greve, um absurdo! População na mão, recorrem a insuficientes ônibus hiper-lotados. Até o momento vai do centro, Estação Mercado até São Leopoldo, totalizando 17 estações. Mas estima-se que no máximo até fim de 2011 chegue em Novo Hamburgo, onde moro. E só porque o RS é sede da Copa do Mundo no Brasil, em 2014, e NH pleiteia ser sub-sede. Tri – G/T. Mais um campeão de audiência, é quando se elogia ou quer dar intensidade a um adjetivo. Tri-legal, tri-massa, bem-tri… tri, tri e tri. Perpetuou-se devido a dois tris no futebol da década de 70: tri-mundial da Seleção Brasileira, em 1970, e tri-brasileiro dos colorados (75-76-79). Opa, pegando a deixa, recentemente (2009) teve outro tri, mas dessa vez em cima do colorado: Corinthians TRI-campeão da Copa do Brasil. Trocar a bunda – G. Lembrando que essa troca é sem implante de silicone, pois é como se troca as fraldas de um gurizinho gaúcho. Trovar – G. Jogar conversa fora. Serve também como xaveco, “tás trovando a guria?” Tu – D/T. Você!, não você, leitor, mas o pronome pessoal do caso reto. Tu versusVocê, que no Beira-Rio, mais que um Internacional x Corinthians, foi um Rio Grande Sul x São Paulo. 0 x 2 no placar para os paulistanos, por cima da divisão entre torcidas, o corintiano Gabriel provocou o colorado: “VOCÊ quer que eu compre uma faixa de campeão para vocês?” A resposta foi regional, não esportiva: “Você é o caralho, é TU….” U – 0 – V Vinte de Setembro – T. Data histórica que estourou a Revolução dos Farrapos no ano de 1835. Anualmente nessa data se dá os festejos da “Semana Farroupilha”, com desfiles e vários eventos. Vileiros – D. Favelados. Pessoas simples vindo das vilas. Ser chamado de vileiro é pejorativo. A Gabi mesmo vive me chamando deste jeito só porque torço pelo Corinthians. Ela não sabe o que é ser feliz… risos. Vai Corinthians! X Xarope – G. Idêntica a maneira de criticar determinada pessoa por xarope, porém, no Sul situações são xaropes igualmente, num sentido de complicado e ruim. Além de ser comum o neologismo do verbo xarope, “o juis ‘xaropeou’ o jogo.” Xerox – D. Aqui você bate um xerox ao invés de se tirar uma cópia. Z Zero Oitocentos – G. Diz o Marlon que se você vai a um evento no 0800, na faixaem SP, ou, de graça .
Nossa que tópico gigante, até imagino o trabalho que deu pra digitar isso tudo... Não sabia o significado de nenhuma dessas expressões/palavras, o sotaque gaúcho é muito diferente de todos os outros estados, iria ficar bem perdido se fosse passear em um lugar com pessoas falando assim hu3hu3 Uma giria do meu estado: "perdeu, perdeu,perdeu!" <- significa que você está sendo assaltado hu3hu3
Não vejo o porque de copiar todo o conteúdo de um site e postar aqui fazendo com oq nós pensamos que você que criou = Plágio! Site original de onde você deu CTRL C + CTRL V: https://euempalavras.wordpress.com/2010/03/24/meu-dicionario-gaucho-2/
Essa tem aqui, so que acompanhada do adjetivo "PLAYBOY", ex., perdeu perdeu perdeu playboy. Em nenhum momento coloquei que fui eu que digitei tudo isso, eu apenas tive a ideia de criar um topico onde cada um falasse suas girias, e ja tinha visto esse pronto na net, tive que editar umas coisas pelo celular mas de boa. O proprio topico diz que é as girias gauchas na visão de alguem de fora, e eu nasci e cresci aqui no sul. Sim, tem algum problema? não sabia que nao podia.
Gírias de Fortaleza Roxeda-alguma coisa legal/top Ai dentro-tu que é/e tu Cu é- sai fora Enviado de meu SM-G130BT usando Tapatalk