Aquela lanchonete, do fim da rua. Tão perto e tão longe. E tu decidiu que ia se encontrar lá. Lá com outro alguém, que não eu, que tão distante. E eu? Onde eu estou? - E eu que só tinha um coração, me sinto um tanto afundando na lama. Agora ando pelas ruas esperando que alguém me encontre, alguém que não é real, ou que não existe. A culpa é sua. - Chora. E todos seus suicídios, e todos os meus. Eu vou tentar mais umas vez, vem comigo. Olha só meu peito aberto, toda a vergonha escorrendo entre meus dentes. - As mãos em ti não são as minhas. As minha mãos não são as minhas. As suas mãos, cadê? Cocaína. E teu sorriso, aberto, maniaco. E teu choro, sofrido, desesperado. São 5 e meia da manhã. - E então eu morri na praia. e você feliz na tua casa de campo, com seus filhos puxando sua saia rodada. Eu afogado. Eu morto. Podia ter sido diferente.