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Carlos Alberto Brilhante Ustra
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Carlos Alberto Brilhante Ustra foi um coronel do Exército Brasileiro, ex-chefe do DOI-CODI do II Exército (de 1970 a 1974), um dos órgãos atuantes na repressão política, durante o período do ditadura militar no Brasil (1964-1985) Também era conhecido pelo codinome Dr. Tibiriçá.
Em 2008, Ustra tornou-se o primeiro militar a ser reconhecido, pela Justiça, como torturador durante a ditadura. Embora reformado, continuou politicamente ativo nos clubes militares, na defesa da ditadura militar e nas críticas anticomunistas.
Morreu aos 83 anos, em 15 outubro de 2015, em razão de uma pneumonia, vítima de falência múltipla de órgãos após algumas semanas de internação hospitalar. Sua morte foi lamentada por setores da sociedade como um símbolo da impunidade aos responsáveis pelos assassinatos e torturas cometidos pela ditadura militar.
via: Wikipédia
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Tortura
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Mulheres
Mulher lembra momentos de terror vividos com o Coronel Bilhante Ustra, homenageado por Bolsonaro. Amelinha Teles foi parar na ‘cadeira do dragão’. Nua, vomitada, urinada, Ustra ainda levou os filhos da vítima, de 4 e 5 anos, para assistir a mãe sendo torturada
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“Eu fui espancada por ele [Coronel Ustra] ainda no pátio do Doi-Codi. Ele me deu um safanão com as costas da mão, me jogando no chão, e gritando ‘sua terrorista’. E gritou de uma forma a chamar todos os demais agentes, também torturadores, a me agarrarem e me arrastarem para uma sala de tortura”.
Uma das milhares de vítimas da ditadura militar, Amelinha Teles, descreveu assim seu encontro com Carlos Alberto Brilhante Ustra, conhecido como “Coronel Ustra”, o primeiro militar reconhecido pela Justiça como torturador na ditadura.
“Ele levar meus filhos para uma sala, onde eu me encontrava na cadeira do dragão [instrumento de tortura utilizado na ditadura militar parecido com uma cadeira em que a pessoa era colocada sentada e tinha os pulsos amarrados e sofria choques em diversas com fios elétricos atados em diversas partes do corpo] , nua, vomitada, urinada, e ele leva meus filhos para dentro da sala? O que é isto? Para mim, foi a pior tortura que eu passei. Meus filhos tinham 5 e 4 anos. Foi a pior tortura que eu passei”, disse a ex-militante do PcdoB.
via: Pragmatismo Político
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Grávidas
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Ex-guerrilheira do PC do B que combateu a ditadura militar (1964-1985), Crimeia Schmidt foi presa em dezembro de 1972 e levada para o DOI de São Paulo que, à época, estava sob o comando de Carlos Alberto Brilhante Ustra, o ex-coronel homenageado pelo deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) em seu voto a favor do impeachment na Câmara no último domingo (17).
Criméia estava grávida de sete meses e diz que Ustra foi o primeiro a torturá-la no DOI-Codi. Ao saber que ela tinha sido presa com identidade falsa, já que vivia nesta época na clandestinidade após escapar da Guerrilha do Araguaia, Ustra foi até a sua cela aos gritos. A Guerrilha do Araguaia foi o maior combate rural contrário ao regime ditatorial.
Ao Blog, Criméia afirmou que foi espancada pelo ex-coronel, neste primeiro momento, até ficar desacordada. “Me espancou muito. Eu cheguei a perder a consciência. Ele me tirou da cela puxando pelos cabelos e me batendo na cara. Aí eu fui sendo arrastada por ele ali no corredor das celas, apanhando. Antes de subir as escadas, eu perdi a consciência e acordei na sala da tortura toda urinada”.
O martírio de Criméia estava só começando. Nos dias seguintes, ela continuou sendo torturada pela equipe de Ustra. “Era espancamento, palmatória nos pés e nas mãos, choque elétrico em partes do corpo durante o interrogatório contínuo. Teve uma vez que eu fiquei o dia, a noite e o outro dia, até bem noite, sendo torturada e interrogada”, conta a ex-militante.
Segundo ela, após aquele primeiro momento onde Ustra participou diretamente da tortura, ele entrava na sala durante as sessões para dar uns “tapas e safanões” nela e saía, deixando o resto sob o comando de sua equipe. Sabia, contudo, de tudo que ocorria contra ela em um órgão de Estado, construído originalmente com a função de proteger os brasileiros. No caso de Criméia, grávida, um médico foi chamado para apontar aos torturadores como eles deveriam proceder durante a tortura.
via: G1
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Jair Bolsonaro, Ustra e Impeachement
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"Nesse dia de glória para o povo brasileiro tem um nome que entrará para a história nessa data, pela forma como conduziu os trabalhos nessa casa. Parabéns, presidente Eduardo Cunha. Perderam em 1964. Perderam agora em 2016. Pela família e pela inocência das crianças em sala de aula que o PT nunca teve, contra o comunismo, pela nossa liberdade, contra o Foro de São Paulo, pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff, pelo Exército de Caxias, pelas nossas Forças Armadas, por um Brasil acima de tudo e por Deus acima de todos, o meu voto é sim."
Foi assim que o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) justificou o voto a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff no plenário da Câmara dos Deputados no último domingo. As declarações geraram polêmica, especialmente pela referência ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-chefe do DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna), órgão de repressão da ditadura. Ustra morreu aos 83 anos em setembro do ano passado.
A homenagem a um dos personagens mais controversos do regime militar foi alvo de críticas de milhares de brasileiros, que foram às redes sociais expressar choque e reprovação. Para um deles, no entanto, o elogio de Bolsonaro evocou memórias ruins.
Em 1972, Gilberto Natalini, hoje médico e vereador pelo PV-SP, tinha então 19 anos e foi torturado por Ustra. À época estudante de medicina, ele havia sido preso por agentes da ditadura que queriam informações sobre o paradeiro de uma amiga dele, envolvida na luta armada. Natalini negou-se a colaborar. A tortura consistia em choques elétricos diários, que, segundo ele, lhe causaram problemas auditivos irreversíveis.
"Bolsonaro não tem o direito de reverenciar a memória de Ustra. Ustra era um assassino, um monstro, que torturou a mim e a muitos outros", afirmou Natalini à BBC Brasil.
Natalini conta ter sido vítima de tortura por cerca de dois meses na sede do DOI-Codi em São Paulo.
"Tiraram a minha roupa e me obrigaram a subir em duas latas. Conectaram fios ao meu corpo e me jogaram água com sal. Enquanto me dava choques, Ustra me batia com um cipó e gritava me pedindo informações", relembra.
"A tortura comprometeu minha audição. Mas as marcas que ela deixou não são só físicas, mas também psicológicas."
Natalini nega ter participado da luta armada contra a ditadura militar. Ele confirma ter feito oposição ao regime, mas diz que "sem violência".
"Sempre fui a favor da mobilização das consciências contra qualquer tirania. Nunca fui a favor de ações violentas. Acolhíamos perseguidos políticos, prestando atendimento médico quando necessário", diz ele, em alusão à Escola Paulista de Medicina (EPM), onde estudava.
"Mas todo mundo que se opunha ao governo militar era visto como terrorista", ressalva.
via: BBC